Na noite de 15 de fevereiro, as
crianças e/ou jovens investigadores (Gonçalo Veloso, Lara Caldas e David
Esteves) acompanhados pelo parceiro investigador adulto (Paulo Costa),
deslocaram-se ao teatro Rivoli - Porto, para assistir à peça «Gisberta», a
mesma cidade onde «Gisberta» morreu!
Baseada numa história real, Rita Ribeiro (atriz) protagoniza
de forma excelente e intensa o papel de mãe de «Gisberta».
A peça vai ainda estar em cena, nos próximos dias 21, 22 e
23 de Fevereiro, pelo que se puderem não percam a oportunidade para assistir.
No final os elementos do Grupo Anti-Bullying, puderam
felicitar pessoalmente Rita Ribeiro e tirar uma fotografia de conjunto.
Palavras da atriz Rita Ribeiro em entrevista ao Jornal
Público de 1 de Fevereiro de 2014
«Para mim o Porto é onde faz sentido apresentar este
espectáculo. Tem uma carga emocional muitíssimo mais forte, por ser a cidade
onde tudo aconteceu. E esta sala tem o tamanho certo, o tamanho que nos permite
voltar à intimidade das sessões inaugurais no Teatro Rápido.»
«Nunca senti tão intensamente como neste espectáculo como o
teatro pode ser um veículo de esclarecimento. Passaram-se oito anos e parece
que não chegámos a sair do país onde morreu a Gisberta; as notícias dos jornais
são sobre praxes violentas e bullying homofóbico”, diz Rita Ribeiro.»
«Tivemos manifestações do público que foram muito marcantes:
há abraços que se dão no final de um espectáculo como este e que não se dariam
noutro, há adultos a chorarem como crianças, há a cumplicidade dos olhares dos
adolescentes que parecem dizer ‘obrigado por me compreenderem e por o meu pai
ter visto isto. Acho que é um espectáculo que permite o reconhecimento, e o
reconhecimento liberta.»
«Outra parte talvez se cumpra nas escolas, onde Rita Ribeiro
acredita que Gisberta tem de chegar – porque aí sim, talvez seja realmente
possível começar esta história do princípio e dar-lhe outro fim.»
Quem foi Gisberta?
Gisberta tinha 44 anos, de nacionalidade brasileira,
seropositiva, sem-abrigo e transexual.
Vivia em Portugal há 25 anos. Gisberta Júnior, conhecida
como Gis, em Fevereiro de 2006, foi morta, no Porto.
Numa fase em estava muito doente foi barbaramente agredida. Tendo
sido espancada por um grupo de jovens com idades compreendidas entre os 12 e os
16 anos, durante três dias e atirada para o poço de um prédio em obras, onde
acabou por morrer afogada.
Os jovens agressores ou ainda delinquentes, foram condenados
por maus tratos com penas entre os 11 e os 13 meses de internamento. O
Ministério Público deixou cair a acusação de homicídio por a autópsia não
comprovar que as lesões causaram a morte.
Por tudo acima referenciado, «Gisberta» constitui o caso mais
mediático e chocante dos relatos e divulgação de crimes motivados por
discriminação com base na orientação sexual, em Portugal.
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